quinta-feira, 29 de maio de 2008

Nós

Quando acredito estar livre, vêm esses nós.
Quando penso que em outras coisas tantas me encontro,
vêm esses nós,
eles e nós.
Que ironico e engraçado,
estamos bem, porém sós...
Arrastam-se os ponteiros e distante já se vê
quão desiguais são as vezes em que
em tais nós me abriguei
e tanto faz,
se ao longo de todas essas horas
não encontro sequer uma palavra oferecida a me atender,
uma navalha que me deixe por um fio
da estupidez anexada à minha garganta,
da intensidade que há muito sou escravo,
da força sobre-humana desses nós
que vêm, que vão e que em sós nos configuram.
Ditam regras em um jogo sobre um grande tabuleiro,
Em que somos meras peças, a mão esculpidas,
enraizadas em pensamentos.
Mais uma vez aprisionados somos nós,
pela incontrolável força desses nós,
que agora arrancam nossa voz e cantam
uma antiga canção de amor
sobre o mar,
sobre o céu,
sobre nós.

Cleiton Oliveira