sábado, 5 de julho de 2008

Retorno



No caminho de volta encontro Maria, e ela diz:
- Que bom que retornas, sabes quanta falta tens feito a ti?!
Penso: “Retorno porque devo, ainda não sei a falta que me faço”!
Recordo os momentos que corria em direção a uma folha, a uma árvore, a um amigo, ao nada.
Corria. E corria pra dentro.
Entra, já está escurecendo! Dizia Maria, com seus fundos olhos de preocupação.
E passava eu pra lá.
Retorno porque preciso, retorno porque o retorno está agora em meu caminho.
Que bom que aprendestes o caminho de volta, fala-me Maria vez ou outra.
Aprendi? Não, Ainda não aprendi.
Alguma coisa que não sei o quê me ajudou, uma árvore ou um velho amigo.
Corro agora, mas me perco.
Quando olho pra trás, já fui. Me perdi de vista, nem posso mais me alcançar.
- Ficarei por aí, sentado à beira do caminho Maria, esperando por mim mesmo, até que encontre o retorno.
Até que o retorno, Maria, se ponha em meu caminho.
Até a vista, Maria.

3 comentários:

Lu Bendati disse...

... poucas vezes a gente percebe a falta que a gente se faz...
E como retornar é muitas vezes fundamental...
bjs

♪♫ cissalv disse...

As coisas que tens escrito aqui me deixam sem ter o que comentar... então eu penso... só!

parabens pelas palavras que andas escrevendo...
inté!

Joana Mieres disse...

O eterno retorno...
A eterna busca
O eterno perder-se
para poder viver!!