As palavras estão lá.
Esperam.
Aguardam pacientemente até que algum solitário as procure.
Como faço para alcançá-las? Se quando as tenho em frente, fogem em desespero.
Palavras sarcásticas essas, que em poemas narram nossa caçada voraz.
Nosso incansável instinto que só nos permite correr e correr.
Contam nossa história e dela se esvaiam em riso e dor.
Apresentam-nos a vida, e na vida, aprendemos a querê-las,
Na vida, necessitamos que elas nos possuam.
Ao entardecer,
As palavras continuam lá.
E lá ficarão por muito tempo,
Muitos anos,
Muitas vidas,
Até que em fim,
Nunca as teremos.